Todos os anos, desde 2004, que no capítulo anual da associação Amigos do Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana que se realiza na Casa Queirosiana Internacional de Vila Nova de Gaia, no sábado anterior ou no dia 25 de novembro, dia natalício de Eça de Queirós, a apresentação publica de um novo número da Revista de Portugal,

 fundada em 1892 por aquele escritor. Este ano, pelos motivos conhecidos e de acordo com as leis sanitárias em vigor, não se realiza aquela cerimónia, mas apenas uma videoconferência para todos os seus sócios e confrades, durante a qual o seu diretor, o egiptólogo Prof. Doutor Luís Manuel de Araújo fará a apresentação do número 17 desta nova série. A capa apresenta um colorido diploma de medalha de ouro alcançada na Exposition Internacionale du Progres au Caire, de 1895, quando o Egito ainda estava integrado no Império Otomano, curiosamente atribuída a uma empresa portuguesa que produzia e exportava vinho do Porto. O documento encontra-se no Arquivo Histórico Adriano Ramos Pinto, em Vila Nova de Gaia, tendo sido cedido pela empresa para esta capa. A contracapa apresenta o cartaz do curso que decorre no Solar Condes de Resende sobre o Antigo Egito. E, como veremos, não são estas as únicas alusões ao país do Nilo neste número. A revista abre com um editorial de um dos seus directores adjuntos sobre «Nos duzentos anos da Revolução de 1820», a que se segue o In Memoriam dos confrades falecidos no presente ano, Norberto Barroca, Nondina de Castro, António Alberto do Amaral Coutinho Calheiros Lobo e Acácio Edgar Alves Luís, recordados porJ. A. Gonçalves Guimarães e Dagoberto Carvalho J.o; segue-se«A legislação sanitária, de Pombal ao Liberalismo»por J. A. Gonçalves Guimarães, um texto sobre o combate às epidemias no período considerado; numa sequência de estudos que hão-de continuar a ser publicados nestas páginas, apresenta-se o primeiro da série«Hotéis Queirosianos. Hotel Lawrence em Sintra» por Maria de Fátima Teixeira, a que se seguem umas «Notas sobre Eça de Queirós em Leiria»por Ricardo Charters-d’Azevedo. Numa entrevista conduzida por José António Afonso ficamos a saber quem foi o poeta «Fernando Morais. As palavras nómadas», colaborador que foi dos primeiros números desta revista, e uma nova réplica  à questão de «O Colmeal da Marofa», motivada pela publicação recente de um livro com inverdades sobre o assunto, por José Pereira da Graça. Relatando uma actividade que se vem fazendo com alguma regularidade com a colaboração da Confraria Queirosiana – as viagens culturais ao Egito e à Palestina na esteira da viagem de Eça de Queirós e do conde de Resende em 1869, aqui se publica uma reportagem da última realizada, «Seguindo os passos de Eça no Egito e Terra Santa» por Mara Verónica Sevinatti . Como habitualmente a revista apresenta a Bibliografia dos sócios e confrades referente ao ano anterior (2019), organizada por Celeste Pinho, e o Relatório de atividades também referente àquele ano, com perspectivas para o mandato dos novos corpos gerentes de 2020 a 2024.

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