O pároco de Mafamude, abade José Maria de Santana e Silva, destacou-se no tecido social e institucional de Vila Nova de Gaia e Porto da 2ª metade do século XIX como um de vários religiosos cuja ação ultrapassou a esfera da Igreja, para se vincar em assuntos que pautaram o seu tempo e o seu território. Figura assídua nos círculos ilustrados gaienses, conviva próximo de Camilo Castelo Branco e admirador de Soares dos Reis, iludem-se ainda contornos definitivos para uma vida que se revela por relatos e episódios que se procurarão contextualizar no panorama abrangente de uma sociedade para a qual os temas da Religião, Liberalismo e Instrução foram determinantes.
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A emigração portuguesa para o Brasil
Jorge Fernandes Alves
A transposição de portugueses para o território que se veio a denominar de Brasil ganhou significado quantitativo a partir da nomeação do 1º governador, Tomé de Sousa, em 1549, num processo gradualmente ascendente, correlacionado com o processo de ocupação e domínio do território, revestindo facetas variadas. Será, contudo, no pós-independência que o movimento migratório alastra, em função das condições de mercado de trabalho e dos projetos de branqueamento da população, embora flutuando em situações diversas: o antigo colonizador era agora recebido como imigrante, estrangeiro que se devia submeter às novas leis e condições do país de receção. Entre a persistência das redes tradicionais e novas condições contratuais, a situação dos portugueses experienciam situações variadas, desde apelos familiares a confrontos nativistas de lusofobia. Contudo, num balanço geral, podia-se dizer-se pelos finais do século XIX, utilizando as palavras de Herculano e Oliveira Martins, que o Brasil “era a nossa melhor colónia, depois que deixou de ser colónia nossa”.
Atividade Económica entre Brasil e Portugal nos dias da Independência
Nesta aula serão abordadas as trocas comerciais entre Portugal e o Brasil com especial incidência para as entradas na barra do Douro (131 produtos brasileiros diferentes) contra as saídas pela mesma barra em sentido inverso (27 produtos portugueses) nos dias da Independência. Serão ainda referidos os armadores-negociantes que suportavam este comércio e a sua importância para ambos os lados do Atlântico.
A 17 de junho de 1922 um hidroavião pilotado por dois oficiais da Marinha Portuguesa amarou na Baía da Guanabara no Brasil concluindo assim a primeira viagem por etapas voando sobre as águas do Oceano Atlântico. O Brasil estava a comemorar o centenário da sua independência e este foi o maior abraço possível que Portugal lhe poderia ter enviado. Ação audaciosa e arriscada, sem dúvida, mas também fruto dos sistemáticos estudos, ensaios e aperfeiçoamentos técnicos levados a cabo pelos dois protagonistas. O Brasil rejubilou e festejou-os até ao delírio; no regresso Lisboa e o país enalteceram-nos e adotaram-nos como símbolos nacionais. Nesta evocação vamos relembrar esses dias gloriosos da Aviação Portuguesa.
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